15.2.06

Eu e Clarice 3 - Primavera 2005

É com uma alegria tão profunda que...
Acordei às 3.30 da madrugada, vim te escrever. Para te escrever eu antes me perfumo toda. Em mim é profunda a vida.
...eu a vi de repente e era uma mulher tão extraordinariamente bela, que eu senti uma alegria de criação. Não é que eu quisesse para mim. Eu queria sòmente olhar.
A mulher olhou um instante para mim e sorriu calma, ela sabia quanto era bela. Sorriu porque não sentiu ameça alguma.
Basta-me que meu coração bata no meu peito.
Basta-me o imposível.
Fico com medo. Mas o coração bate.
O amor inexplicavel faz o coração bater mais depressa.
Escrevo-te toda inteira. Tudo é meu e seu.
Ouve-me. Ouve o meu silêncio.
O que te falo, nunca é o que te falo, e sim outra coisa.
Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela.
Começei esta página também com o fim de preparar-me para pintar.
Mas agora estou tomada pelas palavras e quase me liberto das tintas.
Sinto uma felicidade em ir criando o que te dizer.
Estas palavras que te dou não é para ser lida, por ninguém.
Transmito não uma história mais apenas sentimentos.
Isto te diz alguma coisa?

Maria Angélica