Mulheres Emparedadas - Bienal do Recôncavo - 2008
Mulheres Emparedadas é nesse projeto entendido e representado poeticamente através da imagem do inconsciente coletivo feminino, revelando a essência feminina que permaneceu reprimida durante séculos.
Aprisionadas em vãos de muros altos, mulheres encarceradas. Presas e escondidas por seus donos, perderam-se na memória do tempo. Restam apenas vazios e enigmas, nas entranhas do medo e do sofrimento. Seu interior é sufocante.
Ouço gritos de dor ecoados de seus corações, clamando por liberdade. Ouço o silêncio opressivo das almas enclausuradas, escodendo segredos e crimes nunca cometidos. Emoções contidas e suspensas no ar sombrio das noites escuras e frias, que se seguem no tempo no centro dessas mulharas de pedras.
Objetivo:
Ter conciência de sua existência ao se deparar com o emparedamento do seu ser.
Proposta:
Mulheres
Subir uma pequena escada e se olhar dentro de quatro paredes, ver o seu ser emparedado, pela sociedade, pela família, pelo trabalho, etc.
Tomar consciência do que tem feito com a sua alma nesta existência. Quebrar os grilhões que lhe acorrentam, que lhe foram impostos por uma ditadura patriarcal, regida pelo princípio da ordem, do dever e do desafio de tarefas.
Homens
Subir a mesma escada e se olhar dentro de quatro paredes. Ver suas mulheres: mães, avós, tias, esposas, amantes, filhas, amigas e os emparedamentos causados pela ditadura, agressão, opressão, silêncio, desprezo, abandono, amores, crueldade e egocentrismo.
Tomar conciência da sua responsabilidade sobre a alma feminina e libertá-las.
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